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sexta-feira, 1 de abril de 2016
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS
As palavras são compostas por unidades e podem ser decompostas em elementos menores, chamados de morfemas ou elementos mórficos. Cada elemento mórfico
(ou morfema) recebe um nome especial e exerce uma função específica na estrutura da palavra.
1. RADICAL
Radical é o elemento responsável pelo significado básico das palavras. É um elemento que normalmente não se altera. Quando várias palavras possuem o mesmo radical, são chamadas de cognatas ou palavras da mesma família etimológica.
Exemplo:
• terra, terreno, terreiro, terrinha, enterrar, terrestre, desterro, soterrar, aterrado ...
• dente, dentado, dentinho, dentadura, dentário, denticulado, dentifrício, dentista, dentuça, endentado, dental, dentiforme ...
2. AFIXOS
Os afixos são as partículas que se anexam ao radical para formar outras palavras. Existem dois tipos de afixos:
* Prefixos: que são colocados antes do radical.
Ex.: desleal, autocontrole, rever, desumano, supermercado, propor, ilegal
* Sufixos: que são colocados depois do radical.
Ex.: folhagem, legalmente, goiabada, pedreiro, sofrível, casamento, modernismo.
Os afixos são acrescentados às palavras a fim de:
mudar o significado da palavra: fazer – desfazer; feliz – infeliz; mortal – imortal
acrescentar uma ideia secundária à palavra: gordo – gorducho, livro – livreco, casa – casarão;
alterar a classe gramatical da palavra: legal – legalizar, belo – beleza
3. VOGAL E CONSOANTE DE LIGAÇÃO
São vogais ou consoantes que entram na formação das palavras para facilitar a pronúncia. Existem, em algumas palavras, por necessidade fonética. Não são elementos significativos, ou seja, não interferem na significação da palavra.
Ex.: café t eira, capin z al, gas ô metro, chá l eira, alv i negro pont iagudo, rod o via, rei z inho, mortal i dade, refei t ório
4. VOGAL TEMÁTICA
A Vogal Temática junta-se ao radical para receber outros elementos. Fica entre dois morfemas. Existe vogal temática em verbos e em alguns nomes. Nos verbos, serve para indicar a conjugação a que eles pertencem (1ª, 2ª ou 3ª). Nos nomes, apenas acompanham o radical.
Ex.: cant a r (verbo da 1ª conjugação); beb e r (verbo da 2ª conjugação); part i r (verbo de 3ª conjugação); ros a, sal a, banc o, pedr a, trist e, livro .
5. TEMA
Dá-se o nome de Tema à união do radical com a vogal temática.
Ex.: canta r ; vende r; parti r
6. DESINÊNCIAS
Desinências são morfemas colocados no final das palavras para indicar flexões verbais ou nominais. As desinências podem ser:
* Nominais: quando indicam gênero e número de nomes (substantivos, adjetivos, pronomes, numerais).
Ex.: casa - casas, gato – gata, filho – filha
* Verbais: quando indicam número, pessoa, tempo e modo dos verbos. Existem três tipos de desinências verbais:
a) Desinência modo-temporal (DMT): indica o modo e o tempo do verbo;
Ex. se nós corrêssemos; tu corrias; nós jogávamos
b) Desinência número-pessoal (DNP): indica a pessoa e o número do verbo;
Ex.: nós corremos; se eles corressem; tu cantas
c) Desinência verbo-nominal: indica as formas nominais dos verbos (infinitivo, gerúndio e particípio).
Ex.: beber, correndo, partido
7. Composição
Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos:
7.1. Composição por Justaposição: Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética.
Exemplos: passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor.
Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.
7.2. Composição por Aglutinação: Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos.
Exemplos: embora (em boa hora); fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre); hidrelétrico (hidro + elétrico)
planalto (plano alto).
Obs 1.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um só acento tônico, o do último componente.
7.3. Redução: Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por automóvel; cine - por cinema; micro - por microcomputador; Zé - por José.
Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação atual.
7.4. Hibridismo: Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes.
Por Exemplo: auto (grego) + móvel (latim)
7.5. Onomatopeia: Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres.
Exemplos: miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.
8. Formação de palavras: Derivação, composição e seus tipos.
A língua portuguesa dispõe de diferentes processos de combinação de morfemas para formar novas palavras. Para compreender esses processos precisamos retomar alguns conceitos:
Palavras primitivas: são aquelas que não derivam de outras palavras. Exemplos: dia, casa, flor
Palavras derivadas: são aquelas que derivam de outras palavras. Exemplos: diário (de dia), casarão (de casa), floreira (de flor)
Os principais processos de formação de palavras são a derivação e a composição.
Derivação: Consiste na formação de palavras novas (derivadas) a partir de palavras já existentes na língua (primitivas). Há diferentes tipos de derivação:
8.1. Prefixal (ou por prefixação) – ocorre quando há acréscimo de um prefixo a um radical. Exemplos: Infiel (in + fiel); desleal (des + leal)
8.2.Sufixal (ou por sufixação) – ocorre quando há acréscimo de um sufixo a um radical. Exemplos: felizmente (feliz + mente); espaçoso (espaç + oso)
8.3. Parassintética (ou por parassíntese) - ocorre quando há acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo a um radical. Exemplos: entardecer (em + tard + ecer); empalidecer (em + palid + ecer)
Atenção
Para que haja a derivação parassintética é necessário o acréscimo simultâneo do prefixo e do sufixo ao radical. Para comprovar se ocorreu a parassíntese, basta retirar o prefixo ou o sufixo e verificar se a forma que sobrou constitui uma palavra existente na língua. Se a forma que sobrou não tiver sentido, a palavra foi formada por derivação parassintética.
Exemplo: (en)tristecer: tristecer –palavra inexistente na língua entrist(ecer) entrist - palavra inexistente na língua.
Portanto a palavra entristecer foi formada por derivação parassintética. Caso a forma que sobrou da eliminação do prefixo ou do sufixo seja uma palavra existente na língua, terá sido formada por derivação prefixal e sufixal.
Exemplo: (in) felizmente: felizmente – palavra existente na língua infeliz(mente): infeliz - palavra existente na língua.
Portanto a palavra infelizmente foi formada por derivação prefixal e sufixal, ou seja, acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo.
8.4. Regressiva - ocorre quando a palavra nova é formada pela redução da palavra primitiva. Esse tipo de derivação forma principalmente substantivos a partir de verbos.
Palavra primitiva Palavra derivada por derivação regressiva
chorar choro
combater combate
criticar crítica
castigar castigo
8.5. Imprópria (ou conversão) - ocorre quando há mudança da classe gramatical de uma palavra primitiva sem alterar sua forma.
Exemplo: O jantar estava ótimo. (A palavra jantar é um verbo, mas na frase funciona como substantivo). Ninguém entendeu um o porquê da discussão. (A palavra porque é uma conjunção, mas na frase funciona como substantivo).
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